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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

DIABETE AUMENTA O RISCO DE DEMÊNCIA E DOENÇA DE ALZHEIMER


Fonte: Los Angeles Times

Existe uma longa lista de complicações que deve levar você a fazer de tudo para evitar a diabete. E pesquisadores japoneses acabam de adicionar mais um: As pessoas com diabetes são duas vezes mais propensas a desenvolver doença de Alzheimer e também têm um risco aumentado de desenvolver algum tipo de demência.

Diabete, é claro, é um distúrbio metabólico no qual o corpo não consegue utilizar a insulina corretamente, causando um perigoso acúmulo de açúcar no sangue (glicose). Quase 370 milhões de pessoas no mundo têm diabetes. A doença pode provocar várias complicações, incluindo insuficiência renal, lesões nervosas, doenças cardíacas, derrame, problemas de controle da bexiga e disfunção erétil.

Alguns estudos têm encontrado uma ligação entre diabetes e risco de demência, incluindo Alzheimer, mas outros estudos não encontraram nenhuma associação entre as duas condições. Assim, um grupo de pesquisadores japoneses conduziu uma análise extraordinariamente minuciosa para tentar resolver a questão.

Os pesquisadores aproveitaram um estudo de longo prazo de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral que vem acontecendo desde 1961 em um subúrbio de Fukuoka chamado Hisayama. Em 1988, mais de 1.000 adultos de Hisayama concordaram em fazer um teste de tolerância à glicose para ver como seus corpos poderiam processar o açúcar. Então, os pesquisadores acompanharam essas pessoas durante 15 anos, ao final, constataram que 232 deles desenvolveram demência.

Em comparação com pessoas sem diabetes que tiveram a tolerância à glicose normal, aqueles que tinham sido diagnosticados com diabetes apresentaram um risco 74% maior de serem diagnosticados com algum tipo de demência ao longo do estudo - mesmo levando em conta outros fatores de risco, incluindo idade, índice de massa corporal e uma variedade de fatores de estilo de vida. Pessoas que não foram classificadas como diabéticas, mas tinham intolerância à glicose (e, portanto, poderiam ser consideradas pré-diabéticas), apresentaram uma probabilidade 35% maior de desenvolverem demência, segundo os pesquisadores.

Alzheimer foi o tipo mais comum de demência diagnosticada no estudo. Os adultos com diabetes em Hisayama tinham pouco mais do dobro de chances de desenvolver Alzheimer em comparação com seus pares que passaram no teste de tolerância à glicose. Além disso, aqueles que não eram diabéticos, mas apresentavam intolerância à glicose apresentaram 60% mais probabilidade de desenvolverem Alzheimer. Estes números também levam em conta a idade, IMC e outros fatores de risco.

Os pesquisadores também encontraram um risco aumentado para a demência vascular, que é causada pelo comprometimento do fluxo sanguíneo para o cérebro. Mas o vínculo desapareceu quando os investigadores ajustaram certos fatores de estilo de vida como fumar, beber e praticar exercício.

Não é exatamente claro o motivo de a diabete tornar alguém mais suscetível à demência, mas os pesquisadores ofereceram quatro explicações fisiológicas, incluindo a aterosclerose (endurecimento das artérias) e doença microvascular, sendo que ambos vão limitar o fluxo de sangue para o cérebro. Intolerância à glicose também pode aumentar o estresse oxidativo e problemas de metabolismo no cérebro.

"Nossos resultados enfatizam a necessidade de considerar a diabete como fator de risco potencial para todas as causas de demência", concluíram.

O estudo foi publicado na edição do dia 20 de Setembro de 2011 do “Journal of Neurology” da American Academy of Neurology.

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