Elas, por sinal, são frutos muito populares há longo tempo, inclusive com os antigos astecas. E agora estão recebendo uma nova atenção de pesquisadores ansiosos para revelar seus potenciais benefícios à saúde.
Se picantes ou doces, as pimentas contêm muitos fitoquímicos que são compostos naturais encontrados em plantas.
"Perto de um milhão foram identificadas na natureza", diz David Heber, MD, professor de medicina e saúde pública e diretor-chefe e fundador do Centro para Nutrição Humana da Divisão de Nutrição Clínica da UCLA. Ele também é autor de diversos livros de nutrição, incluindo What Color Is Your Diet?
Muitos fitoquímicos das pimentas têm capacidades antioxidantes. Isso significa que eles podem ajudar a neutralizar os radicais livres no organismo, que danificam as células. Assim, podem ajudar a prevenir ou reduzir os sintomas de certas doenças. Semelhantes aos hormônios, alguns fitoquímicos também atuam como mensageiros no corpo, diz Heber.
As pimentas são encontradas em um arco-íris de cores, incluindo verde, vermelha, laranja, amarela, e até roxa, marrom e preta.
"Cada cor da pimenta está associada a uma família diferente de fitoquímicos", diz Heber. Mas há muita coincidência na natureza. "Portanto, não significa que você precise comer um tipo especifico de pimenta para evitar determinada doença". O problema ocorre quando você não come bastante variedade de frutas, vegetais, especiarias e ervas, diz ele.
* Vitamina A, que pode ajudar a preservar a visão e evitar infecções;
* Vitamina C, o que pode diminuir o risco de câncer e protege contra catarata;
* Vitamina B6, que é vital para as reações químicas essenciais em todo o corpo, incluindo as que envolvem o cérebro e a função imunológica;
* Luteína e zeaxantina, que podem retardar o desenvolvimento de doenças oculares, como catarata ou degeneração macular;
* Beta-caroteno, que pode ajudar a proteger contra certos tipos de câncer, como o de mama em mulheres antes da menopausa;
* Licopeno, que pode diminuir o risco de câncer de ovário.
Sabe aquelas lágrimas nos olhos, a indução de suor e a explosão de calor?
Essa é a capsaicina. É um composto insípido, inodoro e incolor encontrado em quantidades variáveis nas pimentas. A habanero é a que contem mais. A jalapeno tem um pouco. Os pimentões não têm.
"Quanto mais capsaicina, mais picante é a pimenta, e quanto maior o nível de antioxidantes", diz Malena Perdermo, professora auxiliar de nutrição no departamento de profissões da saúde na Metropolitan State College em Denver. "Pimentas vermelhas são normalmente mais picantes, mas mesmo as verdes têm capsaicina. Você não pode se orientar apenas pela cor para determinar se é muito ou pouco picante", diz Perdermo.
A capsaicina age nos receptores de dor das células nervosas da língua, que enviam uma mensagem ao cérebro. Mas, com a exposição constante, essas células podem se tornar insensíveis.
"Quando uma pessoa se acostuma com a pimenta na língua", diz Heber, "torna-se realmente agradável. As pimentas picantes liberam Endorfinas, o hormônio do prazer". Como isso acontece não é claro. Mas nas antigas sociedades maia e asteca, diz Heber, as pimentas eram consideradas afrodisíacas.
Benefícios da perda de peso sem queimar? A capsaicina em pimentas tem se mostrado um pouco como freio do apetite, pelo menos momentaneamente, afirma Heber. E pimentas podem elevar a temperatura corporal. Esse efeito de aquecimento pode ter outro benefício que pode ajudar na perda de peso.
Heber e seus colegas da UCLA recentemente voltaram às pimentas ao tentar ajudar os pacientes obesos em uma dieta de 800 calorias por dia. "Quando você está em uma dieta de baixas calorias, seu metabolismo diminui cerca de 10% a 15% e a prática de exercício não vai aumentá-lo", afirma Heber. "Nós quisemos ver se pimentas poderiam aumentar o metabolismo em casos como estes."
A equipe de Heber usou uma forma sintética de dihydrocapsiate (DCT), um composto semelhante à capsaicina, mas não picante. Os pacientes obesos que tomam o suplemento DCT queimam, em média, 80 calorias extras por dia - o dobro dos que receberam um placebo.
É um efeito modesto, semelhante ao do chá verde ou a cafeína, diz Heber, mas acrescentar pimentas a sua dieta não irá prejudicar seus esforços para perda de peso. Segundo Heber este impulso metabólico pode ajudar ao longo do tempo, especialmente quando combinado com a capacidade comprovada das pimentas para atenuar o apetite durante as refeições.
Claro, a capsaicina não é a maravilha da perda de peso. Isso não muda os outros fundamentos da perda de peso: uma dieta saudável, um plano de atividade física e um balanço de calorias em que as queimadas excedem as consumidas.
Como isso funciona não é totalmente entendido, diz Koeffler. Mas parece que a capsaicina pode disparar um golpe fatal em células cancerosas afetando a atividade de uma proteína chamada beta NF-kappa. Isso torna mais difícil para o câncer se esquivar à morte celular programada (apoptose). No estudo de próstata, a capsaicina causou a morte de cerca de 80% das células de câncer de próstata em ratos, tornando tumores menores em cerca de um quinto do tamanho de tumores não tratados.
Resultados semelhantes em camundongos têm sido encontrados em outros tipos de câncer, como câncer de pâncreas. E, em outro estudo, pesquisadores britânicos descobriram que a capsaicina interrompe a mitocôndria, a maior fonte de energia de uma célula cancerosa, matando células cancerosas no pulmão e pâncreas, mas deixando as células saudáveis intactas.
Koeffler não recomenda comer pimenta para tentar retardar o crescimento do câncer, especialmente por que você precisaria comer cerca de oito das mais picantes do mundo a cada semana para conseguir um efeito similar.
Tenha em mente que esses estudos de câncer são preliminares e não foram feitos em pessoas. Não há nenhuma evidência direta de que comer pimenta previne ou retarda o câncer nas pessoas.
"Se você não está acostumado à pimenta, você conseguirá uma tremenda queimação em todo o seu trato gastrointestinal quando comer muita pimenta", afirma Heber.
Proteína Láctea – da mesma forma que o iogurte que acompanha as picantes refeições indianas – isso é uma boa maneira de neutralizar a pimenta, diz ele. E você pode se aclimatar ao longo do tempo.
E se você tem úlceras de estômago ou azia? "Então, eu não recomendaria pimentas", diz Perdermo, mas elas podem não ser a causa destes problemas. Na verdade, ela diz, pimentas podem ajudar a evitar problemas como estes, reduzindo os níveis de certas bactérias ou simulando os sucos gástricos protetores.
Disponível em creme, a capsaicina pode aliviar a neuropatia, às vezes sentida pelas pessoas com diabetes tipo 2, diz Heber. "É utilizada terapeuticamente para reduzir a dor dos nervos, enviando um impulso que faz o sistema nervoso se livrar do estímulo doloroso."
Estudos mostram que a capsaicina também é eficaz na redução da dor da osteoartrose e psoríase. Alguns aplicam cremes tópicos de capsaicina na testa para dores de cabeça, diz Heber.
É fácil incluir pimentas em sua dieta. Você pode grelhar, cozer a vapor e fritar. Pode também usá-las misturadas no arroz ou feijão. Muitas pimentas também são deliciosas cruas, simplesmente picada como um crocante complemento para cremes ou queijo cottage.
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